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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

As Mais belas Histórias das Mil e uma Noites

As mais Belas histórias do Conto de " Mil e uma Noites "


  Seção por tópicos:

  1.  Sherazade
  2.  Ali Babá e os quarenta ladrões
  3.  Do Boi e do Burro
  4.  O cavalo de ébano
  5.  Como termina a história de Sherazade




                                        Sherazade

      Há muito tempo, num reino distante da Índia, viviam dois reis, dois irmãos. Por anos eles reinaram de modo sábio e justo, um no Leste, o outro no Oeste.
      Um dia, despontou no mais velho, o rei Chariar, o desejo de ver seu irmão outra vez. Ele chamou o Vizir e falou:

Você é meu servo mais fiel, meu amigo e confidente. Ponha-se a caminho do palácio de meu irmão, na corte de Samarcanda, levando consigo ricos presente. Convide-o a visitar-me, pois sinto saudade dele. Entregue-lhe os presentes e conduza-o até aqui por caminhos seguros!

Eu ouço e obedeço! respondeu o Vizir-l, que beijou o chão diante de seu Rei e iniciou os preparativos para a viagem.
 
       A caravana tinha tesouros de todos os tipos: Então o Vizir partiu ao encontro de Chazamam, o irmão de seu Rei. Aquele, por sua vez, cavalgou em direção á caravana e recebeu o Vizir com as devidas honras.
     Os tesouros e os presentes foram abertos num salão majestoso. O Vizir beijou o chão diante do Rei e lhe disse:

Sublime Rei, vosso irmão deseja vê-lo mais uma vez em vida. Posso conduzi-lo até ele por caminhos seguros.





    Chazamam ficou emocionado ao ouvir as palavras do Vizir e imediatamente ordenou que a viagem fosse preparada. Ele nomeou seu próprio Vizir como vice-rei para substituí-lo durante aquela ausência e iniciou a marcha acompanhado de nobres, serviçais e escravos. 
     Á noite, quando já tinham levantado acampamento, ocorreu ao Rei que tinha esquecido de pegar algo importante. Sem avisar aos demais, cavalgou sozinho de volta para casa. 
     Ao chegar no palácio e entrar em seus aposentos, encontrou a esposa nos braços de um escravo. Chazamam, tomado pelo terror, desembainhou a espada e, com toda a fúria,, matou ambos com golpes certeiros. 
     Em seguida, saiu depressa da cidade e voltou ao acampamento.

 "Como isso pode acontecer comigo?", pensou. "Mal tirei os pés da cidade, e minha esposa me foi infiel."
 
     Possuído por grande melancolia, retomou a viagem, mas já não conseguia apreciar as iguarias, sua pele empalideceu e seus olhos turvaram-se.
     Nesse estado chegou ao reino do irmão. O rei Chariar alegrou-se com sua chegada, levou o hóspede ao quarto e o serviu num salão suntuoso. Mas Chazamam não tinha fome nem sede.

Irmão, o que aconteceu contigo?, perguntou-lhe o rei Chariar mais de uma vez.

Por que está tão pálido, os olhos turvos?
 


      Diga-me, para que eu possa alegrá-lo ou ajudá-lo.
      Mas não recebeu nenhuma resposta. Por fim, disse o rei Chariar:

Vou caçar, e você deve me acompanhar. Assim as cores voltarão ás suas faces, e você irá se deliciar com nossos pratos.
      Mas o rei Chazamam preferiu ficar em seus aposentos, e o rei Chariar partiu sozinho.
      Para se distrair, reio Chazamam sentou-se em frente a uma janela com grades que dava para o pátio interno do palácio, onde um a árvore oferecia sombra e murmurava uma fonte de águas claras. De repente, uma pequena porta se abriu e a esposa do rei Chariar apareceu acompanhada de escravas e escravos. Iam todos ao jardim, para namorar.
      Quando Chazamam viu aquilo, disse consigo:

Na verdade, meu irmão é ainda mais infeliz que eu. Não há nenhuma fidelidade nem nobreza neste mundo, e eu não quero ficar sempre triste e preocupado.
      A partir desse momento, ele voltou a comer e a passear pelo palácio. Seu rosto corou e seus olhos recuperaram a limpidez e o ar amigável.
      Como se maravilhou o rei Chariar ao encontrar o irmão saudável e bem humorado!

Agora me conte - ele pediu - o que o curou?


      Chazamam resistiu o quanto pôde, mas, diante da insistência do irmão, contou-lhe tudo, desde o que ocorreu durante sua vinda até o que tinha visto pela janela.


Isso não pode ser verdade! - exclamou abismado.
Então finja que vai de novo caçar amanhã, se esconda comigo e verá com os próprios olhos - propôs Chazamam.

      No dia seguinte, os irmãos se sentaram, discretamente, diante da janela com grades.
      Tão logo os caçadores saíram em disparada, novamente a Rainha apareceu com seus amantes, e o Rei viu tudo com os próprios olhos.
      Tomado pela cólera por causa da traição de sua esposa, Chariar ordenou que ela e seus acompanhantes fossem executados. Mas isso não o consolou e, mesmo quando Chazamam voltou ao reino dele, o irmão mais velho permaneceu intolerante e taciturno.
      Por fim, Chariar chamou o Vizir e falou:

A partir de agora você deve me trazer todos os dias uma bela jovem dentre minhas súditas, uma filha da nobreza, como minha noiva. Na manhã seguinte, no entanto, você deve matá-la, pois não há fidelidade nem dignidade entre as mulheres!
Eu ouço e obedeço - disse o Vizir, com o coração pesado.











      Todos os dias ele escolhia uma virgem dentre as mulheres do reino, enfeitava-a como noiva, vestia-a e a conduzia de noite aos aposentos do Rei. No dia seguinte, levava pessoalmente a moça para o carrasco.
      Assim passaram-se três anos, e por todo o reino ouvia-se um choro ruidoso e lamuriento. Não havia família que não houvesse entregado ao menos uma de suas filhas ao Rei. Muitas fugiam, atravessando as fronteiras para escapar dessa sorte.
      O próprio Vizir tinha duas filhas, belas como a lua que brilha sobre as colinas.
      Sherazade, a mais velha, era versada em todas as artes e havia lido com dedicação as crônicas da terras indianas. Ela conhecia a tradição dos tempos antigos, era inteligente e esperta. Sua irmã mais nova, Duniazade, apegada a ela com terno, amor deixava-se conduzir e ser instruída pela irmã.
      Uma noite Sherazade disse ao Vizir:

Pai querido, diga ao Rei que você vai me levar hoje á noite ao palácio, como noiva dele.
Minha criança, você está ciente de que lá a morte a espera? - perguntou, aterrorizado, o Vizir.
Sim, pai, eu bem sei. Mas esse derramamento de sangue tem de chegar ao fim. Das duas, uma: ou eu consigo convencer o rei a acabar com esse horror, ou me sacrificarei de boa vontade em nome das inúmeras jovens que perderam a vida por causa dele.

       O Vizir tentou de tudo para fazê-la mudar de ideia, mas Sherazade estava decidida. Transtornado, o Vizir foi até o Rei e disse que, á noite, traria a própria filha como noiva aos aposentos reais.

Meu amigo - respondeu o Rei, assustado -, você sempre foi honesto e confiável no cumprimento de todas as minhas ordens. Por isso, não exijo que me traga sua própria filha. Não sabe que, ao nascer do dia, você mesmo deverá entrega-lá ao carrasco?

       O Vizir beijou o chão diante do Rei e Falou:


        Sim, eu sei, nobre soberano. Mas a garota está convencida a vir até Vossa Majestade, e não desistirá.
        Se é assim, então faça a vontade dela.

       Quando a Sol baixou, Sherazade colocou um vestido de noiva e suas joias mais belas, envolvendo-se num véu encorpado e adornado com fios de ouro. Antes de deixar sua casa, chamou a irmã e disse:



        Duniazade, ouça minhas palavras! Hoje á noite, quando o Rei já estiver cansado, eu a chamarei. Venha até nossos aposentos, sente- se     conosco e peça que eu lhe conte uma história, como passatempo. Se Alá quiser, aí estará nossa salvação.


       Logo depois, Sherazade foi levada pelo pai ao palácio e conduzida aos aposentos reais. Quando o Rei tirou o véu da moça, ficou pasmo diante de sua beleza. Então viu que a jovem chorava.



       Oque está acontecendo?- perguntou.
       Nobre Rei - respondeu Sherazade -, tenho uma irmã mais jovem, de quem sempre cuidei e que me ama. Permita-me que a veja uma vez ainda,      para me despedir. 


       O Rei aceitou e mandou que a busca-sem. Duniazade entrou nos aposentos reais e sentou-se ao lado do leito. Quando o Rei se deitou, a irmã mais nova disse a Sherazade:

      
        Irmã, querida, conte-nos uma de suas belas e maravilhosas histórias, para que o tempo passe mais depressa e de modo mais agradável!
       Claro que contarei, se o nobre Rei não se incomodar com isso - respondeu Sherazade.


        O Rei, encantado com a estonteante beleza de Sherazade, não conseguia repousar e disse apenas:


        Conte! 

       Sherazade beijou as mãos do Rei, sentou-se com as pernas cruzadas e começou a falar. Ela contou histórias maravilhosas e belas, de tal modo que o Rei e sua irmã a ouviram fascinados e se esqueceram da hora. Quando uma história chegava ao fim, Sherazade emendava logo outra, até que lá fora surgiram os primeiros raios da aurora. Então ela se calou, sem chegar ao fim.



       Que bela história, adorável e divertida, continue! - disse Duniazade.
       Eu poderia continuar amanhã á noite, se o nobre Rei me poupasse a vida por mais um dia - disse a jovem. 

       O Rei ponderou:


       Posso e quero mantê-la viva. Você não deve morrer antes que eu escute o fim da história!





        De manhã, o Rei foi como de costume para o salão do conselho, onde já se encontrava o Vizir, que esperava a filha para levá-la ao carrasco. Mas o soberano não disse nada. tratou dos negócios do reino e lá permaneceu até a noite, quando se retirou para seus aposentos, deixando o Vizir surpreso e maravilhado.
        Duniazade, no entanto, permaneceu com a irmã e, assim que a noite chegou, pediu a Sherazade que terminasse de contar a bela história.



        Se o Rei permitir - disse Sherazade.
         Conte! - insistiu o Rei.

        Sherazade beijou-lhe as mãos e seguiu adiante. Durante toda a noite ela não parou de contar histórias. Sempre sabia uma nova, até que a manhã chegou. E novamente o Rei a presenteou com mais um dia de vida, para que pudesse terminar a narração que ficara inacabada.
        E assim passaram-se dias e noites. O Rei nunca se cansava de ouvir-la, e Sherazade tecia aventuras e entrelaçava acontecimentos. Assim transcorreram 1001 noites.
 Algumas de suas mais belas histórias você verá a seguir, e quem as ler descobrirá o que aconteceu com Sherazade depois dessas noites.










                              Ali   Babá  e  os  quarenta  Ladrões 



   




Amanhã continuaremos enquanto não terminamos que tal ver outras Histórias, como por exemplo>  DiNossaUros do Brasil  >  História da Filosofia > Histórias dos Meses do Ano  e entre outras historias.   Vá até o final da pagina para selecionar as opções de histórias, navegando com mais conforto...  



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